COMO EXERCITAR SEU CÉREBRO
A conexão entre cérebro, mente e emoções é algo fantástico e misterioso, da qual se ocupam a psiquiatria, a medicina, a neurociência, a psicologia e outras áreas da ciência.
Não vamos entrar no terreno destas ciências, mas vamos ver como alimentar e exercitar nosso cérebro na visão de um professor.
O cérebro pode ser malhado também, pode ficar obeso e adoecer, pode ficar desnutrido e fora de forma, pode ficar preguiçoso, intoxicado ou voando, preparadíssimo.
Não se alimenta ou turbina o cérebro com drogas, com substâncias químicas, assim como não se alimenta os músculos com anabolizantes que prejudicam a saúde, mas é com exercício que se prepara ambos, corpo e cérebro.
Ah! Já ia esquecendo, também se alimenta o cérebro com sono.
Não se alimenta o cérebro apenas absorvendo informações, isto equivale a sentar e comer, comer, comer sem fazer nenhuma atividade física.
Assim como o corpo poderia ficar obeso, o cérebro que absorve informação em demasia e não se exercita também fica obeso e um cérebro obeso fica estressado, ansioso e lento.
Ao alimentar o cérebro com informações, com dados, é necessário exercitá-lo com operações.
Ele precisa trabalhar, pensar, calcular, raciocinar, criar e descansar.
Há operações que exercitam apenas algumas áreas do cérebro ou apenas um dos hemisférios. Por exemplo, se uma pessoa é destra, ao fazer atividades com a mão esquerda ela estará exercitando um lado do cérebro que atuava menos.
Outro exemplo: subir uma escadaria andando de costas é uma forma de fazer o cérebro trabalhar de uma maneira que costumeiramente ele não trabalharia, visto que subimos escadas andando normalmente, de frente.
Há estudos específicos nesta área que mostram quais as áreas do cérebro mais são utilizadas no nosso dia-a-dia e quais outras áreas menos usadas poderíamos pôr em atividade com exercícios específicos para este fim.
De uma forma geral, alimenta-se o cérebro com atividades que o façam trabalhar, como acontece com a leitura, com jogos como xadrez, quebra cabeça, caça palavras, com cálculos matemáticos, com coisas novas, diferentes e surpreendentes, com o inesperado, com a dialética, o diálogo, o raciocínio lógico, com a solução de problemas, charadas, com os processos de síntese, de análise e com descoberta de relações entre partes de uma mesma estrutura. Estes últimos são processos do pensamento científico.
No processo de análise a mente vai do todo às partes, ou seja, toma-se um todo, como um relógio, por exemplo, e desmonta-se para conhecer as partes, as peças que compõem o relógio.
No processo de síntese a mente vai das partes para o todo. Toma-se as partes e junta-se para conhecer o todo, como pegar as partes do relógio e montá-lo para ver como ele é.
Nestes dois processos, principalmente na síntese, a mente precisa descobrir a relação existente entre as partes para montar o relógio de forma que ele funcione depois.
Não são os únicos exercícios, mas são os mais simples e conhecidos e trabalham o cérebro e a mente.
Enquanto você lê este texto sua mente trabalha em qual sentido?
Sim, isto mesmo, acertou.
Sua mente/cérebro está pegando as partes - palavras, frases, parágrafos - está relacionando estas partes umas com as outras, para no final você dizer: li todo o texto, sei o que ele diz, agora eu o conheço.
Isto é exercitar o cérebro, criar conexões, e não apenas enchê-lo de informação. Nosso cérebro trabalha muito a base de substâncias químicas, próprias dele, e eletricidade. Portanto não se alimenta o cérebro apenas acumulando informações, mas fazendo ele se exercitar, criar novas conexões, entrar em atividade e dando tempo para ele descansar.
Não é assim com os músculos?
Quando você frequenta a academia você exercita o músculo e depois dá tempo para ele se recompor e assim ele vai crescendo e ficando forte.
Nosso cérebro não vai crescer, mas vai ficar com grande atividade química e elétrica aumentando milhares ou milhões de conexões.
E se ao exercitar o músculo ficamos fortes, ao exercitar nosso cérebro ele não fica forte, ficará inteligente.
Como o cérebro faz parte do corpo, então o que comemos, bebemos e respiramos também atinge nosso cérebro.
Por que sentimos sono logo após uma feijoada ou churrascada? Porque falta oxigênio no cérebro devido ao grande uso e concentração no processo de digestão da comilança.
Atividades que muitas vezes não são racionais ou controladas pela consciência também alimentam o cérebro positivamente, como ouvir música clássica, trocar um afetuoso abraço, viver emoções superiores, lembrar momentos bons da vida, desfrutar de amor e carinho, ser útil ao próximo, fazer alguém feliz e sorrir.
Viu só?
Seu cérebro só se alimenta de coisas boas, então jogue o estresse e o mau humor para longe e bora alimentar o cérebro.
É um prazer e é com prazer!
Professor Luciano Peres.